Desde 2006, quando algumas
famílias foram inscritas no Projeto Agro Extrativista- PAE, do INCRA e paralelo
a esse processo, surge então à questão indígena, mas precisamente na comunidade
de Ajamuri, fato esse que desde então tem tirado o sono de muitos ribeirinhos
que vivem no Baixo Lago e as comunidades próximas a PA 257-Rodovia Estadual
Translago. Esse processo veio se desenvolvendo e trazendo com isso vários
descontentamentos para o povo tradicional que vive da agricultura e pesca nessa
região.
Diante a esses
acontecimentos que culminaram com processos junto ao Ministério Publico Federal
de Santarém/PA, houveram várias reuniões o povo sempre buscando esclarecimentos
a respeito e lutando pelo que é seu de fato e de direito, porém uma briga ferrenha
se arrastou desde 2006 até os dias atuais, sem muito sucesso.
De um lado o povo indígena
lutando pelos seus direitos que é fato, pois aproveitou-se o momento para gerar
uma insatisfação dos dois lados, visto que o Território Indígena Cobra Grande
que no momento lutava pela demarcação Territorial de suas terras, abrigou
também junto ao seu processo o povo Tapajó o que causou um atraso em seu
processo de demarcação das terras indígenas pertencentes a Cobra Grande. Segundo,
FUNAI:
Os estudos de identificação e delimitação da
Terra Indígena (TI) Cobra Grande, em Santarém (PA), foram assinados, na última
sexta-feira (25), pelo presidente da Funai, João Pedro da Costa, e publicados
hoje (29), no Diário Oficial da União. A publicação foi um compromisso
firmado entre o presidente e representantes indígenas de diversos povos da
região do Tapajós (PA), durante reunião ocorrida no dia 15 de setembro, na sede
da Funai, em Brasília-DF. Dotada de uma superfície de 8.906 hectares, a TI
localiza-se à margem esquerda do baixo curso do rio Arapuins. A população,
composta pelos povos Arapium, Tapajó e Jaraqui, distribui-se em cinco
comunidades: Caruci, Lago da Praia, Santa Luzia, Arimum e Garimpo/Caridade.
Tal processo foi se arrastando
ao longo dos anos e hoje estamos com um grande problema para resolvermos, visto
que o povo Tapajó buscou-se legalizar-se quanto a sua auto-identidade, cujos
mesmo já são reconhecidos como povo Tapajó desde 2008, hoje buscam apenas a
demarcação das terras as quais alegam ter direitos. Enquanto isso, o povo da
Região do Baixo Lago, naquele momento deveria também ir em busca dos seus
direitos junto ao INCRA, buscar legalização das terras, mas como tudo no Brasil
fica por esquecimento e sempre para depois não pressionaram o INCRA a acelerar
o processo e o tempo foi passando.
Atualmente, essa briga está
cada vez mais acirrada e quase sem solução, pois hoje existem vários processos
junto ao Ministério Público a respeito e ao que parece os direitos indígenas
devem ser respeitados e os do povo tradicional também, essa briga está longe de
acabar, pois enquanto o povo ficar de braços cruzados esperando que alguém vá
até o Lago Grande ajudar, está enganado, eles tem que ir à Brasília para
verificar essa questão junto a FUNAI e tentar um acordo, visto que os direitos
de ambos tanto povo tradicional quanto povo indígena devem ser respeitados,
assim como os limites territoriais de cada um dentro é claro, através de
estudos topográficos para estudar a realidade em que se encontram os povos
tradicionais que já moram ali há séculos.
Enquanto isso, o povo
indígena vai ganhando força e ao que parece, se depender do governo ainda vai
trazer muitas questões, pois vejam só o governo brasileiro fez grandes
investimentos dando a esses povos recursos que desencadeou uma migração em
massa de povos tradicionais se auto- identificarem como indígenas e quilombolas.
Analisem o seguinte: quando o
homem descobriu que o nome de Deus trazia dinheiro fácil, houve a fundação de
várias igrejas e seitas no Brasil e porque não dizer no mundo. Hoje, quando o
povo descobriu que o governo começou dar incentivos aos povos indígenas e
quilombolas, principalmente com ajuda de custo aos estudos (bolsas de estudos),
houve uma mudança de identidade em massa da população que antes diziam ser povo
tradicional.
Quando o povo descobriu que
o governo dava incentivo aos pescadores (Seguro Desemprego), muita gente correu
para ir em busca do direito a receber esse incentivo do governo. Quando o povo
descobriu que as mulheres tinham direito a receber auxílio natalidade, houve
muitas mulheres engravidando tendo um filho ou mais a cada ano, principalmente
as ribeirinhas(descupe-me as mesmas). Quando o povo viu os incentivos do
governo para bolsa família, bolsa verde e demais bolsas não quiseram mais
trabalhar (não estou generalizando). Enfim, como tudo no país se dá com uma
intenção e se tira também quando estas já não estão dando resultados ou
servindo de trampolim para o próprio governo, se tem a seguinte situação: o
governo tirou os incentivos para alunos que iriam do Brasil para estudar em
outros países com a chamada “Ciências sem Fronteiras”. Suspendeu por alguns
meses o bolsa família para rever situações. Suspendeu o pagamento do Seguro
desemprego dos pescadores para apurar investigações a respeito, pois gasta
muito com pagamentos de seguro para pessoas que nem se quer pescam. E, agora
talvez já comece investigações para apurar a identidade indígena no país, uma
vez que cresceu muito a busca por uma nova identidade e, com isso os incentivos
do governo também. Quem sabe, já é uma realidade, pois o governo dá e tira
quando já esta lhe fazendo falta.
Hoje, praticamente já se tem
no Brasil quase que a metade da população que antes eram povo tradicional, já
buscaram nova identidade é muita gente! Mas é isso aí povo do Lago Grande o que
resta hoje é continuar lutando pelos seus direitos e quem sabe, achar uma
solução que seja bom para os dois lados, pois não resta muita coisa a fazer se
não solicitar estudos e investigações junto a FUNAI e ao Governo em Brasília
para que juntos possam apurar os fatos e se, o direito for totalmente seus
terão êxito, mas se o Governo e a FUNAI, através da justiça chegarem a conclusão
de que há possibilidade de acordo entre as partes respeitando o direito dos indígenas
e do povo tradicional, aí não se tem muito a fazer o jeito é aceitar e tentar
uma convivência, pois somos todos feitos a imagem e semelhança de Deus e
perante a ele somos iguais sem distinção de raça, cor ou religião, se Deus é o
supremo de todas as coisas quem somos nós pra dizermos que não aceitamos
conviver com o nosso próximo.
Deixo aqui os meus sinceros
respeitos a toda população brasileira, se fui infeliz nas minhas palavras, mas
como todos nós temos direito a liberdade de expressão, apenas disse o que penso
e sei a respeito da situação a qual em relação a essa questão já venho
acompanhando há anos.
Com relação à comparação que
fiz com as demais questões inclusive religiosa, desculpe-me todos, mas jamais
tive a intenção de ofender ninguém e sim colocar como exemplos as diversas situações
em nosso país e como são tratadas. Declaro aqui que respeito todos, independente
de cor, raça ou credo religioso. Enquanto não respeitarmos o outro, vamos
sempre estar em conflitos com o nosso próximo.
Por
Necy Tapajós.
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